PORTUGUÊS DE MOÇAMBIQUE | PORTUGUES DO BRASIL |
A única língua oficial de República de Moçambique é a língua portuguesa, segundo estabelecido no artigo 5º da Constituição de 1990. Porém, é falada, essencialmente, como segunda língua por boa parte da sua população | Língua oficial do Brasil. Portugues é o termo utilizado para classificar a variedade da língua portuguesa falada pelos mais de 190 milhões de brasileiros que vivem dentro e fora do Brasil |
Antes da independência de Moçambique o português da metrópole era prescrito compulsivamente como norma linguística (língua-padrão) para toda a vida pública no seio da política de assimilação portuguesa, política seguida em todas as colónias portuguesas de África. Para assim, a longo prazo, transformar todos os moçambicanos linguística e culturalmente em portugueses. Os desvios à norma europeia foram considerados com desdém como «pretoguês». | A língua portuguesa atualmente é a mais estudada no mundo, para aprendizado como segunda língua. A exceção a isso é a União Europeia, devido ao fato de Portugal pertencer ao bloco. No Japão, nos Estados Unidos, e, sobretudo, na América Latina, ensina-se a variante brasileira para estudantes estrangeiros da língua portuguesa. Até mesmo a FIFA (Associação das Federações Internacionais de Futebol) adotou a variante brasileira da língua portuguesa em seu sítio oficial |
Em muitos aspectos fonológicos, o português de Moçambique assemelha-se ao português falado no Brasil, como por exemplo no final das palavras terminadas em 'e' passa para 'i' em vez de 'ɨ' como em Portugal (por exemplo [felisidádi] em vez de [fɨlisidádɨ]). Outros aspectos da pronúncia das palavras do português moçambicano é a supressão da letra «r» final (exemplificando, estar lê-se [eʃ'tá] em vez de [eʃ'táɾ]) e a supressão de vogais não acentuadas não é tão forte como em Portugal. | |
Moçambique participou nos trabalhos de elaboração do Acordo Ortográfico de 1990 — com uma delegação constituída por João Pontífice e Maria Eugénia Cruz e firmado pelo ministro da Cultura, o escritor Luís Bernardo Honwana —, bem como nas reuniões da CPLP onde os dois protocolos modificativos foram aprovados. No entanto, o governo moçambicano ainda não ratificou nenhum destes documentos.. | |
Tupinismos - são os chamados "brasileirismos" que derivam diretamente da língua tupi ou que por ela foram influenciados, como acontece com alguns sufixos que, segundo alguns autores, funcionam mais como adjetivos do que como sufixos, já que não alteram a constituição morfológica e fonética da palavra a que se ligam. São exemplos destes sufixos o -açu (grande), -guaçu (grande) e -mirim (pequeno) nas palavras arapaçu (pássaro de bico grande), babaçu (palmeira grande), mandiguaçu (peixe grande), abatimirim (arroz miúdo) ou mesa-mirim (mesa pequena). Existem, no entanto, verdadeiros sufixos, como-rana (parecido com) e -oara (valor gentílico) nas palavras bibirana (planta da família das anonáceas), brancarana (mulata clara) ou paroara (natural do Pará) e marajoara (natural da Ilha do Marajó, Pará). | |
Africanismos - O tráfico de escravos, especialmente da África para os engenhos brasileiros, trouxe consigo, mormente da família banto, toda uma série de termos que em breve veio a determinar a criação de duas línguas africanas gerais: o nagô ou ioruba — especialmente na Bahia — e o quimbundo, mais rico de vocabulário e de expressão no resto do país. Amerindinismos - Existem influências de outras línguas ameríndias não-tupis que se falavam no país à data da chegada dos portugueses e com as quais houve contato. Os missionários jesuítas denominaram de tapuias os aborígenes não-tupis. |
Léxico | |
Léxico do português moçambicano | Ainda que o léxico brasileiro seja o mesmo que o do português europeu, existe uma série de peculiaridades que podem gerar confusão e desentendimentos entre os falantes das duas variantes. |
Léxico do português brasileiro | Ainda que o léxico brasileiro seja o mesmo que o do português europeu, existe uma série de peculiaridades que podem gerar confusão e desentendimentos entre os falantes das duas variantes. Há ainda as palavras que, apesar de estarem dicionarizadas em ambos os países (Brasil e Portugal), não são utilizadas por um ou por outro, gerando a mesma estranheza quando ouvidas ou lidas por um falante da outra variante. |
As línguas refletem nos seus léxicos o espaço onde são faladas e o momento histórico em que são utilizadas como meio de comunicação e expressão. Mudanças sociais são sempre designadas por um conjunto de termos novos, que podem ser inéditos enquanto expressão linguística ou podem ser resultantes de um emprego especializado de uma forma já existente na língua.
O fato colonial, de que foram protagonistas os portugueses nos continentes africano e americano, foi acompanhado da transferência da língua portuguesa e do contato desta com outras línguas, culturas e sociedades.
Na África, o português deparou com um multilinguismo baseado em línguas de um mesmo grupo, o banto; na América, encontrou o plurilinguismo indígena; pouco tempo depois, o multilinguismo africano, de povos de várias origens, notadamente da região centro-sul e oeste da África e, mais tarde, entrou em contato com outras línguas, européias e asiáticas.
Aqui estamos propondo examinar o léxico de origem portuguesa e africana, pertencente ao vocabulário comum – aquele que está livre de qualquer emprego especializado –, do brasileiro e moçambicano, buscando destacar convergências e divergências na forma e na interpretação semântica.
Os estudos sobre as variedades angolana e moçambicana de português focalizam as singularidades, os desvios, “erros” em relação à norma européia, em todos os níveis da organização linguística. No Brasil essa questão é antiga e é sempre renovada. Se no passado se priorizavam as particularidades lexicais, hoje os trabalhos destacam as diferenças sintáticas. Os estudos pioneiros sobre o português falado no Brasil tratavam de apontar as singularidades da língua transplantada para a América, os chamados brasileirismos.
A comparação com o português europeu estava implícita, sem dúvida, mas o conceito de “desvio” ou “erro” em relação à norma européia foi pouco a pouco sendo substituído pela noção de diferença, um traço positivo da identidade da língua portuguesa falada na América.
No contexto africano, a situação é diversa; as normas locais de português ainda estão em formação. A implantação da língua portuguesa foi feita num ambiente multilíngue banto, onde as línguas africanas convivem e concorrem, em alguns usos, com o português.
MOÇAMBIQUE | SIGNIFICADOS BRASIL | BRASIL | SIGNIFICADOS MOÇAMBIQUE |
Agorinha | Agora mesmo | Abridor de latas | Saca-rolhas |
babalaza | Ressaca | Alho-poró | alho-porro |
bichar | Formar fila | água-viva ou medusa | água-viva alforreca ou medusa |
chima | papa de farinha de milho, mapira, mexoeira, mandioca | água sanitária | água sanitária, lixívia |
cronicar | fazer/escrever crónicas | AIDS | SIDA (Síndrome de Imuno-Deficiência Adquirida) |
desconseguir | não conseguir | amerissagem | amaragem |
depressar | ir depressa | aquarela | aguarela |
estrutura | autoridade, responsável governamental | trem, composição ferroviária | comboio |
machamba | campo agrícola | aterrissagem | aterragem |
madala | pessoa idosa, pessoa prestigiada | banheiro, toalete, toilettes, lavabo, sanitário | casa de banho, lavabos, quarto-de-banho, sanitários, w.c. |
matabicho | Ônibus | Café da manhã, desjejum, parva | Pequeno almoço, desjejum |
Pasta | mala (saco) de mão | calcinha | cuecas femininas |
Situação | Problema, crise, guerra. | Caminhão ou camião (linguagem oral) | Camião |
Caminhonete, van, perua | Camioneta | ||
Análise Sintática do Português
A análise sintática é uma técnica empregada no estudo da estrutura sintática de uma língua. Ela é útil quando se pretende:
1º | Descrever as estruturas sintáticas possíveis ou aceitáveis da língua; |
2º | Decompor o texto em unidades sintáticas a fim de compreender a maneira pela qual os elementos sintáticos são organizados na sentença. |
A compreensão dos vários mecanismos inerentes em uma língua é facilitada pelo procedimento analítico, através do qual se buscam nas unidades menores (por exemplo, a sentença) as razões para certos fenômenos detectados nas unidades maiores (por exemplo, o texto). Dessa forma, a Gramática Normativa sempre se ocupou em decompor algumas unidades estruturais da língua para tornar didática a compreensão de certos fenômenos. No âmbito da fonologia, tem-se a análise fonológica, em que a estrutura sonora das palavras é decomposta em unidades mínimas do som (os fonemas); em morfologia, tem-se a análise morfológica, da qual se depreendem das palavras as suas unidades mínimas dotadas de significado (os morfemas).
A análise sintática ocupa um lugar de destaque em muitas gramáticas da língua portuguesa, porque grande parte das normas do bem dizer e do bem escrever recaem sobre a estrutura sintática, isto é, sobre a organização das palavras na sentença. Para compreender o uso dos pronomes relativos, a colocação pronominal, as várias relações de concordância, por exemplo, é importante, antes, promover uma análise adequada da sintaxe apresentada pela sentença em questão. Nenhuma regra de conduta da língua culta tem sentido sem uma análise sintática da sentença que se estuda. Por isso, antes que se aplique qualquer norma gramatical é preciso compreender de que forma os elementos sintáticos estão dispostos naquela sentença especial. Isso se dá porque os elementos sintáticos também não são fixos na língua. Por exemplo: uma palavra pode funcionar como sujeito em uma sentença e, em outra, funcionar como agente da passiva. Somente a análise sintática poderá determinar esse comportamento específico das palavras no contexto da sentença.
Sendo a análise sintática uma aplicação estritamente voltada para a sentença, parte-se dessa unidade maior para alcançar os seus constituintes - os sintagmas – que, por sua vez, são rotulados através das categorias sintáticas. Como se vê, é um exercício de decomposição da sentença.
Vejamos um exemplo de análise sintática:
Teu pai quer que você estuda antes de brincar. ...[há três orações] ...[1ª oração: teu pai quer = oração principal] ...[na 1ª oração: sintagma nominal = teu pai; sintagma verbal = quer] ...[sintagma verbal da 1ª oração: formado por um verbo modal] ...[2ª oração: que você estuda = oração subordinada objetiva direta] ...[na 2ª oração: sintagma nominal = você; sintagma verbal = estuda] ...[2ª oração: introduzida pelo pronome relativo que] ...[3ª oração: antes de brincar = oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo] ...[sintagma adverbial: locução adverbial de tempo: antes de] ...[sintagma verbal: brincar] |
Através da análise que desenvolvemos pudemos depreender as várias unidades menores do período, isto é, as três orações (ou sentenças), e, além disso, identificamos as funções dos elementos sintáticos presentes em cada oração (tipo de verbo, qualidade do pronome, tipos de sintagmas, tipo de advérbio). A partir desses resultados é possível verificar um problema de concordância verbal existente na segunda oração. Trata-se da norma gramatical que nos informa o seguinte: "se houver uma oração subordinada objetiva direta introduzida pelo pronome que e, se essa oração complementa um verbo modal, então o verbo dessa oração subordinada deve estar no modo subjuntivo". Pela análise sintática vemos que esse é o caso do nosso período. Assim, conseguimos compreender a necessidade de alteração da forma verbal, derivando a sentença abaixo.
Teu pai quer que você estude antes de brincar.
Para promovermos essa análise, enfim, foi exigido que conhecêssemos alguns elementos fundamentais da sintaxe:
A frase |
A oração |
A análise sintática, assim como as outras referentes à língua, é um exercício muito próximo da matemática, pois envolve um raciocínio lógico do tipo: "se você encontrar tal elemento, então admita que esse elemento é um objeto tal". Promover esse tipo de raciocínio no estudo das sentenças é desenvolver uma análise formal, porque as categorias sintáticas são formas que não dependem do conteúdo que expressam. Em outros níveis de análise - a análise semântica, a análise discursiva e análise estilística - esse tipo de raciocínio lógico é bastante complicado, porque envolve elementos cuja representação e estrutura não são fixas. Em todo caso, grande parte das correções gramaticais se aplica ao nível de adequação sintática do texto, por isso a chamada revisão gramatical.
materia muito boa. gosto!
ResponderExcluiramei a materia
ResponderExcluirMuito obrigado, o teu trabalho vai ajudar-me e tanto. muito obrigado e parabéns pelo teu blog.
ResponderExcluirValeu pela ajuda pois esse trabalho ta muito rico em Materia que preciso pra realizar o meu.
ResponderExcluirMuito boa!
ResponderExcluirMuito boa!
ResponderExcluirGrato pela informação de continui assim boas matérias para estudo
ResponderExcluirmuito obrigado, mentes iluminadas deveriam ser usadas para ajudar, assim como a iniciativa deste BLOG
ResponderExcluirgood ajuda estudante
ResponderExcluiresse conteudo me ajudou bastante
ResponderExcluirGratidão! trabalho maravilhoso dentro das minhas necessidades do curso de letras no momento.
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